Caso foi para o Supremo Tribunal Federal, responsável por investigar políticos com foro privilegiado. Empregada trabalhou para Tiririca e a mulher entre março e junho de 2016.
Por G1, Brasília
A ex-empregada doméstica do deputado
Tiririca (PR-SP) Maria Lúcia Gonçalves acusou o parlamentar na Justiça por
assédio sexual. Ela alega que foi alvo de assédio de Tiririca durante viagens
que fez com a família dele em 2016, primeiro para São Paulo e depois para o
Ceará.
A defesa de
Tiririca, por outro lado, afirma que o deputado e a família estão sendo vítimas
de extorsão e que a empregada doméstica, após ter sido demitida, em junho do
ano passado, exigiu R$ 100 mil reais para não prejudicar a reputação do
parlamentar (leia a íntegra da nota
divulgada pela assessoria ao final desta reportagem).
O caso foi para
o Supremo Tribunal Federal (STF) no final de junho de 2017, já que a Corte é
responsável por investigar políticos com foro privilegiado, como é o caso de
Tiririca. No tribunal, o processo foi distribuído, no último dia 28, para o
ministro Celso de Mello.
A denúncia
Na 10ª delegacia de polícia do Distrito Federal, que
iniciou as apurações do caso, Maria Lúcia afirmou que o primeiro episódio de
assédio sexual ocorreu em maio de 2016, quando ela viajou para São Paulo com
Tiririca, a mulher dele, Nana Magalhães, a filha do casal, de 8 anos, e
assessores do deputado. Na ocasião, Tiririca daria uma entrevista para o
programa do Jô.
Maria Lúcia
relatou que ficou no apartamento cuidando da filha do casal durante a
entrevista. Ela disse que, quando Tiririca e os demais voltaram, o deputado
exalava cheiro de álcool e a agarrou por trás. Tiririca, segundo Maria Lúcia,
começou a dizer que faria sexo com ela, diante de todas as outras pessoas
presentes, inclusive a menina de 8 anos.
A empregada
relatou à polícia que conseguiu se desvencilhar, mas o deputado ficava correndo
atrás dela. Maria Lúcia disse que pediu ajuda dos adultos, que, segundo ela,
riam da situação. Ela afirmou que apenas a menina a defendeu, empurrando o pai
e jogando-o no chão.
Ainda de acordo com o relato de Maria Lúcia, os episódios de assédio
continuaram nos dias seguintes, quando ela acompanhou os patrões em uma viagem
para um sítio de Tiririca perto de Fortaleza. Ela disse que lá, durante festas
promovidas pelo casal, o deputado continuou dizendo que queria fazer sexo com
ela e que ela gostaria "se experimentasse". A empregada disse ainda
que foi apalpada por Tiririca em algumas ocasiões nesses dias.
Ela também
afirmou que o ex-patrão jogou no mar o celular dela que tinha gravações de
algumas frases que Tiririca havia lhe dito.
Maria Lúcia foi
demitida logo após a viagem para o Ceará. Na delegacia, Nana Magalhães disse
que a empregada consumia bebida alcóolica durante o trabalho e por isso foi
dispensada. A mulher de Tiririca disse ainda que, após a demissão, Maria Lúcia
começou a fazer ameaças de extorsão.
O relato de
Maria Lúcia foi feito também pelo advogado dela, José Orlando de Amorim, à 21ª
vara trabalhista de Brasília, onde ele abriu a ação de assédio sexual contra
Tiririca, em fevereiro de 2017.
Na ação, o
advogado afirmou que os "atos indecentes" de Tiririca, as
"apalpadelas", "indubitavelmente configuram assédio
sexual".
Após isso, em
março de 2017, Nana Magalhães procurou a 10ª DP para abrir ocorrência de
extorsão.
Em contestação
enviada para a vara trabalhista em junho, o advogado de Tiririca, Fernando de
Carvalho Albuquerque, disse que Maria Lúcia "não se adaptou à rotina da
família e tentou utilizar o pouco tempo de convivência para chantagear os
reclamados (Tiririca e a mulher) pedindo a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil
reais) para se manter em silêncio em relação a vida intima do casal".
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota do deputado
Tiririca:
Sobre as notícias sobre acusações de uma
ex-funcionária da residência do deputado Tiririca, o gabinete do parlamentar
tem a esclarecer:
1 - Trata-se de uma tentativa de extorsão contra a esposa do deputado tiririca,
que tomou a decisão de registrar queixa-crime em maio de 2017, numa delegacia
de polícia do Distrito Federal.
2 - As ameaças e a chantagem propriamente dita
incluiriam o pedido de dinheiro em troca da desistência de ação trabalhista que
serve de base para acusações pessoais contra o parlamentar.
3 - O parlamentar reitera apoio à iniciativa
da esposa que, em razão do sigilo de justiça, está impedida de oferecer
comentários e conceder entrevistas.
Gabinete do deputado Tiririca
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